Um Lugar Especial

1161 Words
Eu estava tão empolgada e ao mesmo tempo tnervosa, apenas em pensar que iria sair de dentro de casa, um lugar que considerava seguro e seguir até outro espaço, cheio de pessoas diferentes de mim, que buscariam entender porque eu usava uma cadeira de rodas como pernas e tantas outras feridas, que desejariam abrir. Tento me arrumar, mas, é impossível...nada parecia ficar bom, não fora criado uma roupa que se compra para combinar com um cadeirante e até penso, no quanto isso é rude. Maria: Por que não solta os seus cabelos, ficam tão lindos. - Maria diz, enquanto me olho no espelho. Meu corpo estava magro, minhas pernas tortas e minha pele parecia estar passando por um momento de troca, me sentia como um peixe, cheio de escamas. Agatha: Eu não posso ir, estou com tanto medo. - Confidencio, começando a chorar. Maria me abraça, enxugando minhas lágrimas logo em seguida. Maria: O medo existe para nos manter vivos, não permita que ele te mate. Agatha: Estou tão f**a, destruída...fico imaginando o que vão dizer de mim. Maria: Não importam o que vão dizer, desligue a necessidade pela opinião dos outros. Gabriel: Concordo plenamente. E...eu amei o moletom rosa. - Gabriel chega sorridente. Ele usava uma camisa social e calça jeans, seus cabelos estavam perfeitamente penteados e sorria, como se carregasse a animação de todo o mundo em seus lábios. Agatha: Nem imagina o quanto estou nervosa. - Falo. Gabriel: Também estou, não é sempre que consigo sair com uma garota "transformers". Maria: Gabriel! Isso é jeito de falar? - Titia briga, dando um t**a no ombro do rapaz. Agatha: Ele é mau, não adianta tia. - O mesmo sorri, me pegando nos braços e levando até o carro, voltando logo em seguida para pegar minha locomotiva. Gabriel dirige lentamente, me permitindo admirar a noite que estava estrelada e brilhante. Era tão bom sentir o vento em meu rosto, onde morávamos haviam muitas fazendas e era possível sentir um cheirinho de terra molhada, pastagem e até mesmo café. Gabriel: Chegamos, cachorrinho da janela. - Zomba e acabo ficando vermelha. Agatha: Desculpa, estava com tanta saudade de sair e respirar este ar. Gabriel: Eu entendo, estou apenas brincando. Vamos entrar. O jovem desce de sua caminhonete, e me põe em seus braços, colocando-me sobre a cadeira de rodas. Finalmente olho para onde estamos, um pequeno salão com luzes extremamente fortes para clarear o terreno deserto, bancos de madeira e um altar no fim do corredor. Uma placa próximo ao teto, dizia: "Igreja Deus de Milagres" Agatha: Uma igreja? Como assim? Gabriel: Eu disse, vou te levar a um lugar especial. - Diz alegremente e permaneço em silêncio. Julia: Oiii, eu sou a Júlia! - Uma garota, com dezoito anos ou menos, cabelos claros e encaracolados, bochechas rosadas e corpo rechonchudo, sorri de forma gentil e acolhedora. Agatha: Claro, minha cadeira e eu, adoraríamos nos sentar ao seu lado. - Ironizo, enquanto Julia ajeita seu vestido envergonhada. Gabriel: Ju, cuida dessa chata. Não se preocupe, ela não morde. - Brinca, beijando a bochecha da menina. Meus olhos são instintivamente focados nessa ação, por que um beijo na bochecha? É assim, que as pessoas se portam aqui? Agatha: Onde você vai? Gabriel: Cuidar da obra, meu bem. - Se despede, beijando minha testa. Julia: Vamos nos sentar aqui, o Gabriel irá dirigir o culto hoje. - Apenas concordo com a cabeça e ficamos em frente ao altar. Por incrível que possa parecer, a quantidade de pessoas que me olharam com estranhamento, foram bem menos do que imaginei, parecia ser costumeiro ver situações como a minha. Muitos louvores, como eles diziam, foram entoados ali. Era uma igreja pequena, com poucas pessoas, mas, parecia haver mais de trezentos, pois todo meu corpo aquecia de tal forma, que me sentia dentro de um metrô cheio, sem toda a parte r**m. Uma sensação invadia meu coração, como uma espada penetrando cada espaçinho dentro de mim. "Fica Senhor, já se faz tarde, Tens meu Coração para pousar Faz em mim morada permanente Fica Senhor, Fica Senhor Meu Salvador" Gabriel: O pastor Levi, estará trazendo uma palavra para a edificação da nossa alma. Agatha: O pastor Levi...ele é tipo, o que? O deus? - Questiono e Julia sorri, negando. Julia: Não, ele é apenas um porta voz do Senhor. Assim como todos nós, qualquer um que está aqui pode ser usado por Deus. Agatha: Até eu? - Me surpreendo. Julia: Sim! Quando abrimos o nosso coração para Deus, ele faz morada em nós e podemos senti-lo agindo em nossa vida. - Julia tinha um sorriso tão contagiante e sincero, era como quando se vai em um jardim com lindas flores, você fica ali vidrado olhando cada pétala e se impressiona e se maravilha. Pastor Levi: A paz do Senhor, a todos vocês. Que imensa alegria, sinto em estar aqui. Hoje eu quero falar, sobre o motivo de servos livres. Jesus Cristo! Assim como nós, nosso Senhor passou por infindas tribulações, onde precisou enfrentar injustiças, falsidade, toda maldade do homem e principalmente, precisou enfrentar a cruz. Jesus sabia o propósito de todo aquele sofrimento, ele entendia que precisava sofrer, se quisesse que eu e você fôssemos felizes não neste mundo, mas, no céu que ele tem preparado. "Descubra, qual é o seu propósito" Hoje você chegou aqui, sem entender o motivo de estar neste lugar, mas, o seu coração não parou de arder desde quando colocou os seus pés naquela porta. Jesus Cristo, foi ele quem lhe trouxe aqui e tem agido dentro de ti, sarando suas feridas, curando suas dores...ele está dizendo, que chegou a hora de parar de sofrer, mas, que se a dor vier, não precisa se preocupar. Ele irá te carregar no colo. - Eu pude ver nitidamente, aquele homem sentado em minha frente, como se conversassemos um com o outro, meus olhos se derramavam em lágrimas, minha boca tremia e todo meu corpo queimava como um fogo, mas, não o sentia doer, ao contrário...esse fogo parecia me curar. Pastor Levi: Vem Agatha, Jesus preparou esse encontro hoje contigo. - O homem diz e me assusto, como ele sabia meu nome? Gabriel com toda certeza teria contado. Pastor Levi: Não, o Gabriel não me contou nada. Desde quando passou por aquela porta, o Senhor me disse que você era o alvo do amor dele. Você aceita, ser amada por Jesus? Agatha: Sim, Sim!! Eu aceito, ser amada por Jesus Cristo!! Jesus, eu te aceito!! - Exclamo em alto voz, Julia que também chorava, me leva até o altar, onde Levi fecha os olhos e começa orar por mim. Gabriel, se encontrava ajoelhado, chorando e sorrindo ao mesmo tempo. Eu estava, totalmente e completamente feliz, havia algo novo em mim e, me sentia pronta para recebe-lo e lhe dar o melhor da minha casa. Olá a todos, eu sou a Laís! Sejam bem vindos, espero que estejam gostando! Um grande beijo, no orgão bombeador de sangue!! ❤
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