Capítulo 06

3291 Words
— Pai, o que está fazendo aqui? — Anthony questiona mais uma vez. O homem sai do elevador e caminha em direção a porta de entrada da agência de publicidades, Anthony o segue e caminho logo atrás de ambos. Minha perna está trêmula e sinto que serei agredida há qualquer momento. — Vamos conversar em sua sala, você tem alguma aqui? — Pergunta e Anthony assente. Ele não me olha, parece ansioso e até mesmo angustiado com a presença de seu pai. — Buenos dias, você é a Giovanna, a garota que veio fazer uma entrevista? — Um rapaz aparentemente com a mesma idade de Anthony se aproxima. Ele usa terno azul claro e camisa branca, está de óculos de grau redondo e cabelos castanho claro bem ajeitado. — Ah-oi, sim, sou eu. — Digo ainda gaguejando, tentando enxergar o que acontecia na sala logo ao lado. Anthony havia fechado as persianas. — Venha comigo, vou entrevista-la na sala de reunião enquanto o Anthony não fica livre. — Fala e concordo o seguindo. Havia uma grande sala com diversas mesas e computadores, onde os funcionários ficavam sentados em seus computadores e telefones, juntos um ao lado do outro. — Não atrapalha estar todos juntos? — Pergunto observando e o rapaz discorda, sorrindo. — Uma agência de publicidade preza a união dos funcionários, então gostamos de estar juntos para termos ideias e dividirmos uns com os outros. — Entendi. Seu chefe não fica com vocês? Ou ele não tem ideias? — Indago de forma irônica e o tal não responde, me deixando constrangida. — O Anthony nunca fica na sala dele, ela foi criada apenas para quando o pai vier vistoria-lo. — Diz depois de um tempo em silêncio. — Chegamos, entre, por favor. — Fala abrindo uma porta de vidro. A sala de reuniões era diferente das outras, haviam puffs e sofás coloridos, uma grande televisão a frente e um frigobar ao lado da mesma. As paredes eram coloridas em verde claro, azul e rosa também em tons mais leves. — Anthony disse para que eu conversasse contigo sobre a vaga. Por que quer trabalhar conosco? — Bom, para falar a verdade... — Me ajeito no sofá e me silencio por alguns segundos, lembrando-me de como minha boca grande havia causado questões complicadas anteriormente. — Eu me mudei para Portugal faz pouco tempo, então ainda estou deslocada... — Acha que pode se encontrar aqui em nossa agência? Anthony disse que não tem experiência, mas era bastante comunicativa. — Bom, eu acredito que seja sim. Apesar de ter passado anos da minha vida em silêncio, costumo ter "jogo de cintura" como dizem. — Se estiver dizendo a verdade, isso é ótimo Giovanna. Porque não encontramos apenas boas pessoas em nosso trabalho, está preparada para lhe dizerem coisas que não gostaria de escutar? — Pergunta e suspiro, eu iria responder sobre como essa situação sempre foi parte de mim, mas a voz do pai de Anthony ecoa pelos corredores nos impedindo de continuar. — Você é uma decepção, Anthony!! Os seus funcionários não lhe respeitam, a sua empresa anda caindo aos pedaços, e... — O homem pausa sua voz ao me ver caminhar até a sala central do local, ele ri como se zombasse e diz: — Até mesmo aqueles que ainda não são seus funcionários zombam e o desprezam. Vê se volta para casa, nunca será nada sem mim. — Diz por fim, seguindo ao elevador e descendo junto com sua arrogância. Todos estão a observar Anthony, os telefones tocam, mas ninguém os atende e os sons ensurdecedores dos teclados já não se ouve mais. — O telefone está tocando, isso quer dizer que não somos desempregados. Então trabalhem! — O rapaz ao meu lado diz e Anthony volta para a sua sala, sendo seguido pelo engomadinho. Permaneço em frente a porta sem saber o que fazer, deveria ir embora ou permanecer ali? — Peça a ela que entre. — Ouço a voz de Anthony e me posiciono em frente a porta, ela se abre e sorrio gentilmente. — Giiovana, olá! — Anthony sorri como normalmente faz, esbanjando seu charme. — Não resistiu passar os seus dias longe de mim? — Como eu poderia deixar de viver ao lado de alguém tão humilde assim? — Retruco ironicamente e ele sorri, apontando para que eu me sente a sua frente. Sua sala é bastante esteriótipa, não há muito dele pelo pouco que o conheço. Tem as paredes brancas e apenas um quadro de paisagem na parede. Ele realmente havia preparado um cenário para receber seu pai. — Anthony, Giovanna estava prestes a me responder se era capaz de escutar coisas que não gostaria... — Isso é ótimo, Daniel. Mas, acredito que a resposta dela será "sim", já que tem me suportado desde que chegou em Portugal. — Conta e sorrio concordando. Anthony me observa, seus olhos estão marejados. Ele respira fundo, se levanta jogando o terno para traz e pondo as mãos na cintura. — Está contratada, pode começar hoje? — Mas, Anthony...ainda não resolvemos toda papelada, ainda nem terminei a entrevista com ela. — Daniel responde e concordo com o mesmo. Como eu poderia começar algo que nem mesmo sei como funciona? — O que há de tão difícil? Ela só precisa dirigir para mim e anotar recados. Não quero que fique fazendo isso. — Fala ao jovem do seu lado que sorri gentilmente. — Você precisa se m***r de trabalhar aqui no escritório. — Zomba e Daniel revira os olhos. — Tudo bem para você, começar hoje, Giovanna? — Daniel indaga assustado como eu e apenas movo a cabeça em concordância. — Ótimo! Daniel mostre tudo a ela, assim que terminar me encontre aqui, tenho que visitar um cliente. — Diz e concordo. Daniel me puxa pela mão e seguimos para fora da sala, antes da porta ser fechada vejo Anthony se sentar em sua cadeira e debruçar o rosto sobre as mãos, ele parecia devastado. — Faz muito tempo que trabalha aqui? — Pergunto a Daniel que assente. Ele abre uma porta, onde há uma cozinha americana com armários, microondas, duas mesas pequenas com quatro cadeiras cada e três máquinas de café. — Pode trazer sua marmita e esquentar aqui, não fornecemos almoço, pode escolher entre vale refeição ou transporte. — Anthony disse que eu irei dirigir? Ele não tem um motorista particular? — Pergunto e o rapaz liga a máquina de café, perguntando se eu queria com a xícara a balançar. — Sim, por favor. — Respondo. Estava ansiosa para beber café de máquina desde que cheguei nesse país. — Anthony não deixa qualquer um dirigir para ele, antes tinha um motorista, mas ficou com o pai na "divisão de bens" — Faz aspas arqueando as sobrancelhas. — Eu sei que Anthony a escolheu porque é bonitinha, mas vê se não me dá trabalho. Já tenho muito o que resolver. — Me entrega a xícara e caminha para fora, lhe sigo tendo que caminhar rapidamente como o mesmo fazia. Aquele lugar nem era grande demais, porém me fez cansar. — Giovanna, estes são os agentes publicitários. Lucy, Matilde e Francisco... só aprenda os códigos dele, não fiquem de papinho. — Tudo bem então. — Sorrio sem graça, acenando para os três que retribuem rapidamente e voltam ao trabalho. — Você e o Anthony são amigos há muito tempo? — Questiono. Sim, eu estava sendo um tanto invasiva, talvez. — Desde pequenos, mas isso não precisa anotar. Você ficará aqui na entrada em maior parte do tempo, sou o gerente junior aqui da empresa, então pode falar comigo sobre as pessoas que chegarem antes de avisar Anthony. — Sim senhor. — Respondo e ele suspira, como se estivesse cansado de minha pessoa. Posso estar enganada, mas não pareço ser o ser humano preferido de Daniel. — Então devo anotar recados, avisar o senhor sobre pessoas e não esquecer os códigos dos agentes publicitários? — Os códigos são apenas na falta de Daniel ou eu, Giiovana. E tudo bem me ligar às vezes para avisar que tem alguém na entrada, vou adorar ouvir você. — Anthony se aproxima, falando em meu ouvido e sou surpreendida dando um pulo para traz, sendo segurada por ele. — Estamos no trabalho, não pode dar tanta pinta. — Sinto que irei enlouquecer antes dos trinta. — Daniel bufa irritado e segue para a sala de Anthony. Ele sorri para mim e reviro os olhos. — O que foi? Não pode ficar irritada comigo, sou seu chefe. — Faz bico e passo para traz do palco, olhando alguns recados que estavam colocados no computador. — Está me deixando preocupada, só não irei desistir deste trabalho porque meus avós precisam de ajuda. — O que aconteceu com eles? Estão doentes? — Pergunta e discordo, tentando entender a caligrafia que havia no papel. — Não estou sendo capaz de compreender minha língua colonizadora. — Me refiro ao espanhol escrito como garrancho nas folhas. — Deixe-me ver...humm... "Almoço com o chefe mais gato de Portugal", bom, parece que é para você esse aqui. — Zomba e faço cara de choro. — Desculpe, não vou mais lhe cantar. É só um recado para eu não esquecer do cliente da tarde, vamos indo...vai conseguir aprender melhor o espanhol. — Para onde vamos, senhor? — Questiono e ele segue caminhando, me deixando sem respostas. O sigo e descemos pelo elevador, ao estacionamento. — Pensei que estava falido. — Digo ao ver seu luxuoso carro, Anthony ri jogando a cabeça para trás e se senta no banco traseiro. — Quem lhe contou uma mentira dessa? Entre logo, não podemos chegar atrasados. — Responde e me coloco no banco do motorista, sentindo meu corpo se arrepiar ao imaginar que dirigia aquele carro incrível. — Vê se não baba, não tenho como pagar o lavatório. — Zomba e lhe faço careta, começando a dirigir. Anthony sorri e olha para seu celular, digitando algo e rindo maliciosamente. Realmente Anthony estava certo sobre aquele passeio me fazer aprender o espanhol de Portugal. Seu cliente estava a falar desde a hora que chegamos e isto já tinha uma hora. Eu não havia comido nada e minha cabeça rodava de fome, eu sabia que quando comesse teria problemas. — Sí, tiene usted razón. Y es por eso que nuestra empresa está comprometida con el bienestar de todos nuestros clientes, no te preocupes, dejaremos tu propia discoteca a buena gente. — Muy bien! Cuando me visites llévate a la chica, ella es perfecta para mí. — Eu concordo, sobre ela ser perfeita para mim. — Anthony ri, apertando a mão do homem e acenando para que eu siga em direção a saída. Ele me acompanha e chegamos a rua enfim. — Que tortura! — O que ele disse sobre me levar a discoteca? E que papo era aquele de eu ser perfeita para você? — Querida, não esquente tanto a sua cabecinha. Vamos comer? Estou faminto. — Fala e seguimos em direção ao carro. Anthony entra e liga para Daniel. — Daniel pode ver com os agentes sobre o comercial da casa noturna, ele quer algo mais family friend" — Como ele acha que vamos fazer isso? Tem mulheres dançando nuas lá, Anthony! — Daniel grita irritado e Anthony gargalha, achando graça. — Você quer me m***r? Foi para isso que me obrigou cursar administração? — Para de ser chato, a noite lhe dou um beijinho. Tchau, vou para minha última cliente e esticar a noite. — Fala e arqueio as sobrancelhas. — Calma, o Daniel é só um flerte, meu coração é teu. — Brinca e permaneço em silêncio. — Está com fome? Qualquer um fica irritado de barriga vazia. Vamos naquele restaurante a frente. — Aponta e assinto, seguindo com o carro e parando em frente a um pequeno bistrô. — Aqui é lindo... — Sorrio com os olhos a brilhar. O bistrô Condessa se encontrava em uma rua sem saída, ele era rústico e tinha mesas de madeira ao lado de fora com cadeiras brancas estofadas e confortáveis. Nos assentamos e observo as lindas taças e os pratos brancos perfeitamente limpos, eu adoraria comer com gosto em um lugar como esse. Uma lousa escrita a giz avisava "hoje é dia de arroz de tomate" — Eu amo arroz de tomate. — Anthony comenta como um garoto arteiro. Ele parecia tão animado e isso de repente me fez bem, por tê-lo visto angustiado anteriormente. — Será que adquiri poderes psíquicos? — Uma linda e alta mulher se aproxima, ela é loira e mais velha que Anthony. A mulher usa um vestido branco de alfaiataria e caminha como se voasse. — Por que fez arroz de tomate? — Ele pergunta se levantando. Ambos são da mesma altura, realmente, ela era uma mulher alta. — Porque meu corpo se arrepiou por completo hoje pela manhã. — Flerta e Anthony sorri, ficando sem jeito. Ele a abraça pela cintura e beija sua bochecha, agora sou eu quem me sinto constrangida com aquela situação. — Diga que ficará para mais tarde... — Por que eu diria não? — Sorri e a mulher gargalha como se já vivesse o momento. — Ah por favor, quero lhe apresentar Giovanna...ela é minha. — Assistente. — Completo a frase que parecia já ter tido um fim. — Ah claro, seja bem vinda. Mais uma garota bonitinha, Anthony? Você sabe que nada pode superar uma mulher. — Ri zombando e Anthony sorri levemente, pegando o cardápio e me entregando. — Será arroz de tomate? — O que quer Giiovana? — Ele pergunta e o olho de repente me sentindo irritada até com sua pronúncia de meu nome. — Uma salada, por favor. Não como arroz. — Minto e a mulher concorda, seguindo a rebolar pelo tal bistrô que nem parecia mais tão bonito. — Por que está me olhando? Vai questionar eu não comer arroz? — Eu? Claro que não. Nunca irei me meter no que uma mulher come, escolha o que quiser. — Diz e quando menos espero, percebo que estava a fazer bico. Tento desamarrar meus lábios, pois nem mesmo sabia o motivo de tamanha irritação. A salada estava boa, apesar de não ter conseguido comer muito. Meu estômago doía a cada garfada e apesar de não dizer percebia que Anthony olhava meu prato ainda praticamente intacto. Já seu arroz de tomate que parecia delicioso fora comido com rapidez, ele amava comer e me causava inveja. — Giiovana, pode ir para a empresa e depois para casa. Vou esticar um pouco por aqui, tenho umas coisas para resolver. — Diz passando as mãos sobre os cabelos escuros e ondulados. — Sim senhor. — Digo entrando no carro e o vendo acenar para a mulher que ri, vindo em sua direção. Como ele podia ser tão obsceno daquela forma e por que isso me irritava tanto, afinal Anthony era lindo e principalmente, solteiro. {...} " Não deveria estar mais feliz por falar com a gente? Expulsamos os nossos maridos de casa para termos a noite das meninas!" — Bianca diz emburrada e as duas loiras ao seu lado concordam. Elas estão deitadas em uma cama de casal com a cara presa a tela do notebook e me encontro da mesma forma, em meu celular. "Também compartilho da sua tristeza, viemos aqui na casa da Bianca e ela nem mesmo preparou um brigadeiro pra gente" — Sophia reclama e leva um t**a na testa de sua amiga. " Por que só pensa em comida? Não vê que a Giovana não gosta de comer, como eu poderia fazer algo pra ficarmos devorando aqui na frente dela?" "Ah meu Deus, cala a boca Bianca!". — Natacha também lhe deposita um t**a na testa e Bianca faz bico. — Parem de brigar, não estou emburrada por culpa de vocês. É só o meu chefe que é um i*****l. "Ah meu Deus, isso é incrível! Você tem um chefe? Amiga, estou tão feliz." — Natacha começa a chorar e Sophia lhe bate nas costas a consolando. "Desculpe, ando emotiva por causa do bebê" — Ainda estou em êxtase que está grávida, queria tanto poder estar ai com vocês. Sinto saudades, meninas. "Nós também sentimos, Gio." — Sophia responde, fazendo coração com as mãos. Ela estava fofa também, seria um bebê a bordo? "E o Miguel como vai? Disse que se encontraram, já deram uns beijinhos?" — Bianca questiona e agora leva dois tapas na cabeça. "Ai!! Não posso falar nada mais!" — Porque só fala o que não deve. Gio, vamos desligar para agredir a Bianca longe das suas vistas, amamos você!! — Natacha acena e retribuo, desligando o celular. Meus olhos se enchem de lágrimas e acabo chorando, me sentia saudosista naquele dia. Voltar sozinha para casa, vendo Anthony com sua vida, Catarina animada com suas amigas de repente me fez ansiar voltar ao Brasil. Ao amanhecer sigo o mesmo caminho do dia anterior, tomo um banho, coloco macacão jeans e camiseta branca, calço meu all-star e prendo os cabelos, pois não era dia de lava-los ainda. — Flor de Lótus, tudo bem se for de autocarros hoje? — Minha avó pergunta e olho no relógio, já estava atrasada para o trabalho. — É que temos de ir ao posto de saúde. — O que aconteceu? Não estão bem? Precisam de remédios? — Pergunto preocupada e minha avó sorri discordando. Meu avô se aproxima e entrega um copo de café, eu bebo me esquecendo que estava de estômago vazio. — São apenas exames de velhos, não se preocupe. Consegue ir de autocarros? — Indaga e concordo com a cabeça, mesmo sabendo que me atrasaria em meu segundo dia de trabalho. — Senhor e Senhora, estou indo para o trabalho. Precisam de algo? — Miguel surge, ele usa calça e camisa social azul, está segurando em uma mão o seu jaleco e em outra uma maleta. — Sim!! Leve a Giovana para o trabalho, por favor. — Dizem e arregalo os olhos, quase engasgando com o café que bebia. — O que? Não precisa, pego um ônibus ali mesmo no ponto. Só está a alguns quilômetros. — Quase cinco, eu diria. — Miguel responde, sorrindo levemente. — Vamos, estou indo para lá mesmo. Podemos ficar em silêncio, se for melhor para você. — Diz e respiro fundo. Meus avós me olham sorrindo angelical, como se não houvesse acabado de me empurrar para uma grande tortura. — Tudo bem, eu agradeço. — Digo e seguimos para o jipe que Miguel dirigia, ele abre a porta e eu entro e o mesmo faz assim também em seguida. — Com licença. — Ele se aproxima, colocando o cinto em minha cintura e não me arrepio, mas sinto tristeza por ainda estar saudosista. — Sua avó disse que começou trabalhar em uma loja de TV... — É uma agência de publicidade, eles fazem comerciais para televisão e anúncios também. — Respondo enquanto Miguel dirige, olhando para o caminho. — Está gostando? Ela disse que é com o tal Anthony. Vocês não pareceram se dar muito bem naquele dia que nos vimos...se precisar de algo me diga. — Não preciso, o Anthony é ótimo. — Respondo entre os dentes. Se o ser humano tiver uma porcentagem de mentiras, eu já havia ultrapassado a minha desde que cheguei aqui. — Giovana, quer jantar comigo? — Miguel pergunta já próximo ao prédio da agência, respiro fundo tentando chegar lá há tempo de não precisar responder. Ele para na porta e desço ainda de costas. — Giiovana, por que está atrasada?! — Ouço um grito como trovão, é Anthony esbravejando. — Ei cara, por que está gritando com ela?! — Miguel desce do carro se colocando em minha frente.
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