Me Reconstruir 2

1205 Words
- Sério, Elisa? Atrasada denovo, Oh my God! - Louise exclama, vendo-me passar pela porta da joalheria, às 12 horas da tarde. - I am Sorry, o ônibus atrasou. - Falo e ela sorri, revirando os olhos. - Vá se vestir, depois treinamos mais o inglês. Está gostando das aulas? - Pergunta lixando sua unha pintada de vermelho. - Yes, i am. - Digo que sim. Ela caminha para dentro de seu escritório, enquanto corro até o vestiário colocar minha roupa. - Oi Lisa, chegou atrasada denovo. - Suelen diz, passando um batom em seus lábios. - Se quiser que eu chegue cedo, pode me dar uma carona em seu carro. - Ironizo e a mesma me mostra a língua, indo para fora. Prendo meus cabelos em um coque, coloco uma saia preta, blusa brancq e um terninho preto, passo um leve batom e sigo até o balcão, onde eu era vendedora. - Bom dia, preciso de um colar. - Um lindo rapaz, pele clara e cabelos castanhos diz, sorrindo de forma acolhedora. - Tudo bem, seria para namorada, amiga? - Pergunto, pegando algumas opções do mostruário. - An...namorada e amiga, mas, quero algo delicado. A minha princesa é doce, tem um sorriso lindo e parece espalhar perfume por onde passa. - Bom, você foi bastante específico...acho que tenho algo perfeito para ela. - Sorrio dizendo. Ele ainda parecia flutuar, pensando na tal jovem que ganhara seu coração. - Quanto está esse? - Pergunta, quando lhe mostro uma delicada correntinha com uma pequena pedra de diamante. - Esse está 500,00 - Digo e o mesmo me olha um pouco triste. - Um pouco acima, mas, ela merece. Não é sempre que se encontra o verdadeiro amor. - Sorri dizendo e concordo, buscando uma forma de ajuda-lo. - Olhe, aqui nós temos uma promoção. Se você comprar as alianças do casamento conosco, damos um desconto em outras compras. - Sério? Bom, isso é ótimo. Acho que, podemos fazer assim, então...quer dizer, se ela não aceitar se casar comigo estou ferrado. - Diz rindo e faço o mesmo. - Se ela é como você diz, acredito que irá aceitar sim. - Falo por fim. - Então, vou levar. Muito prazer, sou Isaque. - Estende a mão e aperto, fazendo com que uma paz tão grande invada meu coração. - Obrigada, Isaque. Sou Elisa...que vocês sejam muito felizes. - Embalo o colar para o rapaz e o mesmo segue sorridente. - Que gato!! - Suelen fala vindo até mim, mordendo o lábio. - Já tem dona, esse daí ninguém mais tasca. - Digo rindo e Suelen faz o mesmo. - Nem quero mesmo, cara de bonzinho...gosto dos malvados. - Diz e reviro os olhos, observando o rapaz que acena se despedindo. - Elisa, lunch! - Louise grita, apontando para que eu vá almoçar. Louise era americana, se mudou para São Paulo e fundou a rede de joalherias onde trabalho. - Bye bye! - Aceno sorrindo. Pego minha bolsa e saio para fora da joalheria, iria aproveitar o horário de almoço e buscar os remédios da mamãe. Corro até o postinho, que havia próximo da joalheria e a assistente me olha com cara de que iria me dizer um não. - Só vai chegar às 17 horas, Elisa. - Diz antes mesmo de eu entrar. - An tudo bem, saio do trabalho e passo aqui para pegar. - Digo. - Mas, não chegue atrasada. Fecha às dezoito horas, nem mais nem menos. - Não se preocupe, nunca chego atrasada. - Sorrio dizendo e ela cruza os braços, me olhando correr para a joalheria novamente. Por ter apenas um pouco de arroz em casa, decidi deixar para minha mãe jantar e passar o dia sem almoçar. - Elisa, oi! - Ouço alguém me chamar e sorrio ao ver que era Henrique. - Henrique, olá...O que faz por aqui? - Pergunto e o mesmo vem até mim, saio de dentro da joalheria e o mesmo me abraça. - Vim receber alguns pagamentos, mas, me diga está de boa agora? - Pergunta e assinto, olhando Suelen que não parava de nos observar. - Estou no horário de almoço. - Falo sentindo minha barriga roncar. - Então vamos comer, estou rico! - Diz alegremente. - An, não precisa...já comi. - Minto. - Comeu nada, ela nem trouxe comida. - Suelen diz e lhe olho irritada, querendo arrancar seus cabelos. - Então, vem...tem um restaurante que adoro aqui perto, lá servem bife e batata frita. - Diz e minha mente imagina, eu devorando um bom pedaço de bife. - Tudo bem, Suelen estou indo. Qualquer coisa me ligue. - Falo e ela acena dando um tchauzinho, sorrindo maliciosa. - Entra aqui. - O mesmo abre a porta do carro para que eu entre. Seguimos até o restaurante não muito longe. - O cheiro está ótimo. - Digo, quando nos sentamos. - Por favor, queremos dois pratos do dia. - Diz e o garçom assente, seguindo para a cozinha. - Quer beber alguma coisa? Um suco ou cerveja. - Pergunta e maneio a cabeça, negando. - Não bebo, bebida alcoólica. - Sorrio dizendo. - Dois sucos, então. - Fala levantando-se, indo até o balcão e trazendo dois sucos de laranja. - Com licença, aqui estão os pratos. - O garçom nos entrega dois pratos feitos, com arroz, feijão, bife e batata frita. - Eu amo batata frita. - Digo sorrindo e Henrique olha para mim, por alguns segundos. - Você é linda, Elisa. - Diz e coloco a mão em minha boca, que mastigava o bife. - Henrique, não dá nem para sorrir em agradecimento. - Digo com as mãos na boca e ele ri. - Você é uma boba, mesmo. Sabia que, sempre gostei de você...desde quando começou trabalhar na padaria. - Hum, me trouxe aqui na intenção de me comprar com comida? - Pergunto - Deu certo? - Retruca. - Sim, óbvio. Podemos nos casar o quanto antes. - Brinco e ele gargalha, tocando minha mão. - É sério, quer namorar comigo? - Indaga e acabo levando um susto, a ponto de deixar cair o garfo no chão. - Aqui está, senhorita. - O garçom me entrega outro garfo e agradeço, impressionada com a rapidez. - E então, me responde...mas, não derruba nenhum outro garfo, por favor. - Diz e sorrio, bebendo um pouco de suco. - Henrique, você é lindo, não posso negar e também muito gentil. Mas, eu vivo para a minha mãe, esse negócio de namorar está em último na minha lista, acho que nem existe. - Falo e o mesmo me olha um tanto decepcionado. - Eu ajudo você, com sua mãe. É falta de dinheiro? Eu tenho para nós três. - Não é isso, tenho trabalhado todos os dias e consigo cuidar de minha mãe muito bem sozinha. Preciso ir, não posso me atrasar. - Digo me levantando, pondo o valor de meu prato sobre a mesa e seguindo para fora. Aquele dinheiro iria me fazer falta. - Não precisa, eu pago. Elisa, é sério...quero cuidar de vocês. - Fala puxando-me pelo braço, trazendo meu corpo para perto do seu. - Henrique... - Sou impedida de dizer qualquer palavra, recebendo um longo e intenso beijo de seus lábios.
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