Rebeca E Isaque

3335 Words
Eu me casei com um príncipe e ele me chamava de sua princesa, talvez eu devesse ter negado que este apelido se perpetuasse, já que todas às histórias de princesas, acabam no "felizes para sempre". Será que a Branca de Neve, a Cinderela ou a Bela tiveram filhos? Quantos foram? Fora uma gravidez desejada e sonhada? Quando criança, eu sempre amei brincar de bonecas. Ser mãe, fazia parte de um sonho infantil, que fora relembrado ao me casar com Isaque. Tudo em mim dizia, "ele será um ótimo pai e vocês terão uma consolidação do verdadeiro amor", mas, tudo isto mudou em uma noite no nosso aniversário de três anos, quando falei novamente sobre termos um filho. — Boa noite, príncipe... — Sorrio, ao ve-lo passar pela porta e o mesmo retribui, beijando levemente os meus lábios. — Boa noite, princesa. — Coloca a bolsa sobre o sofá e arqueio as sobrancelhas. — Desculpe, já estou tirando. — Ri, levando a bolsa até o quarto e o sigo, dançando em sua frente com minha roupa nova. — Humm...vestido novo? — Indaga, retirando a gravata do pescoço. — Sim, você reparou? — Pergunto e Isaque sorri, assentindo. — Como foi, na convenção? — Lhe sigo até o banheiro. O mesmo entra embaixo do chuveiro e respira fundo. — Foram como todas ás outras vezes, ninguém quer investir em uma escola cristã. — Sussurra, abaixando a cabeça. — Eu sinto muito, meu amor...talvez, precise relaxar um pouco de toda essa tensão. — Digo. Retiro meus sapatos e me preparo para despir-me. — Princesa, gostaria de descansar um pouco...me desculpa. — Sussurra e forço um sorriso, saindo do banheiro e fechando a porta. — Tudo bem, Rebeca. Ele não está te negando um filho, está apenas cansado. — Falo a mim mesma, caminhando até a cozinha e tiro um bom pedaço de bolo, para que comesse. — Ah não acredito, bolo salgado? — Sorri, vindo até a cozinha, secando seus cabelos. Era incrível, como meu esposo ficava ainda mais lindo de cabelos molhados. — Por que me olha assim? — Só estou admirando, o quanto você é lindo e...como nosso filho seria perfeito. — Brinco e ele maneia a cabeça, sentando-se a mesa. — Lhe dei cem filhos, como ainda pode querer mais? — Questiona e sorrio de lado, o vendo comer e parecer gostar. — É que, eu queria um bebê que viesse daqui...olha? — Aponto para minha barriga e Isaque me observa por alguns segundos. — Beca...hoje eu passei no Bruno, perguntei a ele sobre termos um filho. — Fala e lhe olho sem entender. — Não eu e o Bruno, você e eu! — Exclama e gargalho, me sentando ao seu lado. — Ahh que bom, já não bastava sua paixão pelo Victor, agora ia ter um filho com o Bruno, não sei se posso suportar. — Você é uma boba. — Resmunga, revirando os olhos. Me aproximo, dando-lhe um beijo nos lábios e aprofundando cada vez mais. — Beca... — Me afasta calmamente. — O Bruno disse, que caso fique grávida terá uma grande dificuldade em gerar o bebê, sem sofrer consequências no seu organismo. — Ah meu Deus, Isaque! O Bruno é clínico e não ginecologista ou obstreta. Por que anda perguntando por ai, se sua esposa ex anoréxica, consegue gerar uma criança?! — Grito, sem nenhuma necessidade. Eu sempre soube, que haveria impecilhos em engravidar, após o grande desgaste que meu corpo teve de passar. Mas, como pensar nas dificuldades, quando Isaque a maior prova da existência de Deus, morava embaixo do mesmo teto que eu? — Porque, você não para de me pedir um filho! Rebeca, eu a amo muito e não posso perde-la. Além do que, tudo ao nosso redor diz "Não" para uma criança. — Fala, com os olhos marejados. — Você é muito egoísta, acha que irá me ganhar, se não compreender o quanto eu desejo isso? — Pare para pensar, somos felizes apenas eu e você. Acha que precisa de um filho, por ver a Alice e Melissa com crianças. — O que? Elas não tem nada a ver com isso, eu quero ter um filho, porque eu te amo e penso, que quem sabe, essa criança nos dê um motivo para continuar!! — Grito e Isaque para, olhando para mim. — Não foi isso, que eu quis dizer... — Será mesmo, Rebeca? Obrigado pelo bolo, estava ótimo. — Levanta-se, indo em direção a porta de saída. — Só quero que saiba, não são os filhos que salvam relacionamentos. — Para onde você vai? Por que sempre foge? Não consegue lutar por nada! — Esbravejo, palavras que com certeza o feriram. — Haha, é engraçado dizer, que não tenho lutado. Abandonei minha carreira, para lutar por filhos que não são meus, tenho acordado cedo todos os dias e apesar da minha falha como procriador, não tenho deixado faltar nada nessa casa!! — É isso que pensa de um filho? Apenas uma procriação? Talvez, eu realmente esteja errada, você não pode ser um bom pai. — Bom, acho que finalmente estamos pondo ás claras, sobre aquilo que pensamos. Eu não vou deixar nada lhe fazer mal, nem que para isso...tenha que abdicar de ter uma família contigo. — Diz por fim, batendo a porta e seguindo para fora. No Outro Dia... Desperto-me do sono e caminho até a cozinha, vendo Isaque a dormir no sofá com as pernas esticadas no chão. Respiro fundo e caminho até o mesmo, mexendo em seu ombro. — Isaque, vá dormir na cama. — Sussurro e o mesmo ainda dorme. — Isaque, acorde... — Falo novamente, sendo puxada para os seus braços. — Quietinha, ainda temos tempo antes das crianças acordarem. — Sussurra, como se estivesse preso em um sonho. Me permito ficar ali por alguns segundos, sentindo uma forte dor em meu coração. — Isaque, acorde!! — Grito e o mesmo pula do sofá, soltando-me rapidamente. — Vá deitar na cama. — Digo mais baixo. — Eu...eu...tenho que resolver umas coisas, obrigado por me acordar. — Segue pro quarto, indo ao banheiro. — Rebeca, me esqueci da toalha...teria como... — Aqui está. — Abro a porta, lhe entregando. — Isaque...me desculpe, pelas coisas que eu disse ontem. — O banheiro será nosso lugar, para conversas sérias agora? — Sorri levemente e faço o mesmo. — Me desculpe também, fiquei cego pelo medo, falei um monte de coisa que não acredito. — Eu também, príncipe. — Sussurro, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas. Eu o amava tanto, odiava sentir raiva ou dor em relação a Isaque. — Sabe, eu sonhei com nossos filhos...tínhamos dois. — Confidencia, seguindo para fora do banheiro e se vestindo. — Eram tão chatos, sempre nos atrapalhava, quando queríamos namorar. — Então, este é o verdadeiro motivo de não querer ter filhos? — Brinco e Isaque ri, maneando a cabeça em negação. — Quero que esteja feliz, Beca. Se um filho lhe dará alegria, só posso te apoiar. — Diz, olhando para mim. Me aproximo do mesmo, lhe abraçando. — Mas, neste momento...eu tenho que ir para a Renascer. — Eu sei. — Sorrio e o mesmo me beija levemente. — Za, você já me faz muito feliz, um filho será apenas o transbordar da minha alegria. — Só me dê um tempo, para que eu possa pensar um pouco. É difícil só em imaginar, que... — O impeço de falar, lhe beijando intensamente. — Não irá me perder, pense com carinho, por favor. — Sorrio e ele assente, beijando-me mais uma vez. — Ah meu Deus! Que horror!! — Melissa grita, passando pela porta de nosso quarto e Isaque se afasta. — Melissa! O que faz aqui? — O rapaz pergunta e a mulher põe a mão na boca, tentando segurar o riso. — Desculpa gente, a porta estava aberta. — Murmura e Isaque me olha, enquanto sorrio sem saber muito bem o que fazer. — Temos que diminuir essa intimidade, já ultrapassamos o ideal. — Meu marido diz indignado, seguindo para os seus compromissos. — Bla, bla, bla, bla. — Melissa o imita e damos risada. — Desculpa amiga, é que...precisava lhe contar uma novidade! — Tudo bem, não estávamos fazendo nada... — Tento não deixar transparecer, que Isaque tem me afastado há dias. — Bom, acho que o Bruno e eu temos feito...nem sei como lhe contar isso, por favor não fique chateada. — Como assim? Por que eu ficaria chateada, de você e seu marido estarem tendo momentos de casal? — Sorrio sem entender. — Não é sobre isso. Beca, acho que estou grávida novamente. — É o que? Como assim, o Bernardo tem uns três? Como grávida de novo? — Pergunto com a voz quase inaudível, minha garganta havia se secado e sinto que perderia o ar. — Sim, ainda não tenho certeza...mas, quero que vá comigo ao hospital, para que eu possa fazer o exame. — Mel, me desculpe...eu...eu estou cheia de trabalho hoje, peça a Débora, ela ajuda a Sara apenas no horário do almoço. — Tudo bem, mesmo assim...obrigada. — Abraça-me, seguindo para fora e sorrio ao ve-la sair. Ao mesmo tempo que me sentia alegre por Melissa, havia uma certa decepção, por não ser eu dando a tal noticia, para minha melhor amiga. Após me vestir, dirijo até o hospital, onde trabalho como enfermeira chefe da pediatria. — Oi Beca, pode ficar com meus pacientes hoje? Estou tão cansadinha, por causa da gravidez. — Margarete diz, passando a mão sobre sua barriga e só quero vomitar na cara dela. — Desculpe, mas, tenho que ir mais cedo para casa. — Falo, por imaginar que seria um bom momento para perguntar se Isaque já havia pensado em nossa conversa. — Ain amiga, por favor...eu sei que não sabe como é estar grávida, mas, nos deixa extremamente exausta. Já falei com o chefe, ele deixou. — Finaliza, beijando minha bochecha e caminhando para fora. — É o que?! — Exclamo no corredor e um paciente faz "xiu", para mim. — Desculpa. — Peço, indo até a sala de Bruno, que conversa com um rapaz. — Com licença. — Abro a porta branca, observando a sala salmon, coberta de plantas (exigência de Melissa) "Plantas diminuem a mortalidade" Ela dizia. — Ahh Rebeca, que bom, venha aqui. — Acena, para que eu entre e me aproxime do mesmo. Caminho até sua mesa e o rapaz dos cabelos escuros se levanta, sorrindo como se já me conhecesse. — Esse é o Bryan, ele disse que estudou contigo e com o Isaque, no ensino médio. — Rebeca, você está ainda mais linda do que naquela época. — Estende a mão para mim e o cumprimento, tentando lembrar-me do mesmo. — Desculpe, mas, não consigo me lembrar. Sou péssima com fisionomia. — Digo, sentindo-me um tanto envergonhada, já que o rapaz me olhava de cima a baixo. — Talvez seja bom, eu não era uma boa pessoa no ensino médio. Espero ter melhorado um pouco, com a idade. — Ele irá trabalhar na ONG, Rebeca. O Bryan é professor de elétrica, vamos acrescenta-lo no novo projeto de profissões. — Nossa, isso é ótimo. Seja muito bem vindo, Bryan. Sei que a mamãe ficará muito feliz, em ter boas notícias, vou almoçar com ela hoje. — Beca... — Bruno me chama e reviro os olhos, ao ver sua cara de pidão. — Consegue mostrar a ele? — Indaga, unindo às mãos. — Infelizmente, não posso. Margarete quer que eu fique com todos os pacientes dela. — Respondo e Bruno põe a mão na cabeça, como se lembrasse. — Ah verdade, acabei permitindo. Mas, façamos assim...peço a Rafaela, só confio em ti para cumprir este trabalho. — De agente turística? — Ironizo, cruzando os braços e Bryan ri. — Desculpe, nada contra. — Rebeca, não seja tão desaforada. Faça isso, pelo seu "cunhado". — Faz bico e finalmente cedo. — Tudo bem, vou almoçar com a mamãe e depois lhe busco aqui, tudo bem...Bryan, certo? — Isso, Bryan Meirelles. — Estende a mão e o cumprimento rapidamente, seguindo para fora. — Ah meu Deus, você viu o gato que entrou na sala do senhor Bruno? — Rafaela exclama, se grudando em meu braço. — Ele nem é tão bonito assim, o Isaque é bem melhor. — Respondo e Rafaela ri, caminhando pelo corredor. — Não é?! — Grito e mais uma vez, sou corrigida pelo paciente. — Desculpe... — Não se fazem médicos como antes. — O tal senhor, resmunga cruzando os braços e se ajeitando em uma cadeira. — Precisa ficar com o braço esticado, está tomando soro. — Toco em seu braço e o mesmo volta a posição. — Não se fazem pacientes como antes. — O parafraseio e sigo, em direção ao meu primeiro paciente, Davi de cinco anos. (Isaque Albuquerque) Você deve imaginar, "o Isaque é um grande egoísta", sim, com certeza estou sendo e indo contra o que Corintios 12 diz sobre o amor. Acho que, esperei tanto e perdi Rebeca tantas vezes, que criei um certo receio de qualquer circunstância ou situação que possa trazer novamente esse sentimento de perca ao meu coração. Bruno nunca quis falar comigo sobre isso, fui eu quem implorei para que buscasse informações que pudessem me trazer conforto, já que desde quando Rebeca viu Gael, não parou de falar sobre o quanto Alice parecia feliz e completa, apesar de todo tormento que passara. — Bom dia, graça e paz. — Cumprimento Rogger, que caminha ao meu lado com alguns papéis. — Graça e paz. Isaque, sei que não deseja ouvir isto logo de manhã, mas... — Me entrega às folhas, com indicações de dívidas não pagas. — Com o crescimento em quantidade de crianças, os gastos também têm aumentado, talvez seja o momento de começarmos a cobrar uma mensalidade. — Não podemos, Rogger. Eu prometi a mim mesmo, que este lugar seria gratuito, como posso ir contra o meu sonho? — Eu sei, que pode parecer papo de contador sem coração, mas, neste momento, sonhos não pagarão dívidas. — Responde, batendo levemente em minhas costas e caminhando até a saída. Rogger, cuidava da parte financeira da ONG, que vinha sofrendo com dívidas e falta de investimento. Sento-me sobre o enorme palco no salão de entrada e lembro-me, dos primeiros anos neste lugar. As pessoas estavam animadas, cheias de compaixão e empatia, nossos cofres viviam cheios e conseguíamos suprir crianças de orfanatos, sem ao menos sofrer desgaste por isso. Agora, temos crianças de toda cidade, que aprendem música gratuitamente e seus pais estão felizes, mas, a escola tem sido afetada e já nem mesmo consegue alimentar os que muita das vezes, vinham apenas por um prato de comida e consequentemente aprendiam tocar um violino. — Oi Za, desculpa...não estava dormindo. — Débora desperta, passando a mão sobre a boca, quando entro em meu escritório. Um pequeno espaço, que era divido por uma mesa e instrumentos precisando ser consertados. — Débora, não precisa ficar vindo para cá todos os dias, pode tirar folga. — Respondo, beijando sua testa e ela sorri, se levantando. — Eu gosto de vir aqui, também me ajuda a aprender mais sobre a arte. — Mostra-se animada. Débora, estava cursando música em uma boa faculdade, mas havia conseguido apenas cinquenta por cento da bolsa, então pagava com o dinheiro que mamãe lhe dava, por ajuda-la no restaurante. — Sou um péssimo irmão, não consigo nem mesmo lhe pagar um salário pela ajuda, que tem dado às crianças na aula de pintura. — Sento-me, passando às mãos por meus cabelos, que se encontravam compridos. — Você sabe, que faço isso por amor. Além do que, nem mesmo tem dinheiro para pagar a si mesmo, então...tudo bem, por mim. — Ri e lhe mostro a língua. — Não está na hora de ir ao restaurante? — Vou acompanhar a Melissa no hospital, parece que está grávida novamente. Beijos, amo você. — Se despede, mandando-me um beijo no ar. Forço um sorriso, pensando no quanto Rebeca ficaria triste, ao saber que sua amiga teria mais um filho. — Com licença, precisando de um amigo que ouça suas lágrimas? — Bruno indaga, abrindo a porta e sorrio, levantando-me e o abraçando. — Já chegou aos seus ouvidos, que estou falido? — Pergunto, apontando para que se sente em uma cadeira á minha frente. — Temos o mesmo contador, Rogger não é nada profissional. — Zomba e gargalho, concordando. — Talvez, seja o momento de cobrar mesmo que uma pequena taxa, Isaque. Não é pecado, receber por seu trabalho. — Mas, eu prometi que daria cursos gratuitos e assim, poderia falar sobre Deus através dos louvores tocados aqui. — Sim, eu sei. Mas, existem alunos aqui, com pais que tem condições, vocês dão aulas de qualidade. Tudo bem, não querer cobrar dos orfanatos, mas, pelo menos cinquenta de mensalidade ou cem, não mataria ninguém. — Eu não sei, preciso pensar. São tantas coisas em minha cabeça, ainda tem essa vontade da Rebeca, em ter um filho... — Respiro fundo, dizendo. O telefone de Bruno toca e ele atende rapidamente. — Pastor, oi! Tudo bem, com o senhor? — Bruno indaga e para por alguns segundos, com seus olhos arregalados. — Não se preocupe, estou indo agora mesmo. — Se levanta rapidamente, pegando seu casaco. — Bruno, o que aconteceu? — O sigo até a saída rapidamente, como o mesmo andava. — Bruno! — A Agatha, ela não está bem...tem como avisar a Rebeca? Preciso correr até lá o mais rápido possível. — Claro, aviso sim, não se preocupe. Vá com Deus! — Aceno, vendo o mesmo entrar em seu carro e dirigir rapidamente. Ligo para Rebeca e após alguns minutos a mesma atende. — Olá Isaque, a Rebeca está dirigindo no momento. — Ouço uma voz masculina, desconhecida. — Quem está falando? Poderia passar para a minha esposa, por favor. — Respondo, sentindo minha garganta se fechar de repente. — É o Bryan, não se lembra de mim? Do ensino médio. — Ri e agora entendo, o motivo de meu pulmão perder o ar, era o embuste do Bryan que falava comigo. — Peça a Rebeca, que pare o carro no acostamento para que eu converse com ela, por favor. — Peço, de forma firme. — Amor, oi... — Ela diz e uma paz me invade. Era indescritível o quanto eu amava aquela mulher. — Está tudo bem? — Princesa, me diga onde está...vou busca-la. — Falo e a mesma parece não entender. — A sua mãe, ela não está muito bem, Beca. — O que? Za, o que aconteceu com minha mãe? Diga qual o hospital ela está?!! — Mostra-se desesperada. — Você não pode dirigir assim, me diga onde está e eu lhe busco agora mesmo. — Entro em meu carro, girando a chave. Rebeca mais uma vez fica em silêncio, talvez tomada pelo choque. — Nós estávamos indo para a ONG, me mande o endereço e a levo até lá, por favor Isaque. — Bryan diz e apesar de não desejar, entendo que seria mais rápido. — Irei enviar por mensagem, amor...me diga, que está tudo bem contigo. — Falo e Bryan, parece rir com zombaria. — Estou... — Ela sussurra e desliga. Dirijo até o hospital, encontrando minha esposa em lágrimas, abraçada por um rapaz de cabelos escuros e pele morena, que pelo pouco que me lembrava de Bryan, era ele sem dúvidas. — Rebeca... — Me aproximo e a mesma se solta dos braços de Bryan, vindo até mim e deitando-se em meu peito. — Tudo ficará bem, meu amor... — Sussurro, acariciando seus cabelos. — Ela está com câncer, Za... — Murmura e meu peito se aperta. — Como não vimos? Como não percebemos, depois de tudo que passamos com essa doença? — Calma, meu bem...por favor, estou aqui. — Busco palavras, onde elas não existem e simplesmente a escondo em meus braços, tentando arrancar toda sua dor. Ps: Postando, porque não aguento! Beijoos
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