Capítulo 8

762 Words
  Dante falou com frieza, mas se Renee tivesse olhado com mais atenção, teria visto um sorriso leve e afetuoso em seus lábios. No entanto, ela só ouviu o tom gelado — o que a fez engolir seco. Assombrar o sono dela? Será que ele era capaz mesmo?   Como Dante havia convidado, Renee nem pensou em pagar a conta. Afinal, o homem usava um terno que valia mais de 10 milhões de euros. Ela comeu à vontade, até ficar completamente satisfeita.   Dante se ofereceu para levá-la de volta ao dormitório, mas ela pediu para parar no último semáforo — não queria que os outros alunos vissem a Ferrari.   Só que, antes que ela descesse, ele fez um pedido:   “Me dá um beijo antes de ir.”   Os olhos de Renee arregalaram. “O quê?”   Ela estava no banco do passageiro e via metade do perfil dele. Se as outras garotas não vissem o outro lado, se apaixonariam à primeira vista. Ela mesma engoliu seco — estava atraída pela metade bonita do rosto dele.   Dante observou seu rosto corado e ficou ainda mais satisfeito. Provocou:   “Não disse que ia se acostumar comigo? Isso é só o começo. Não me diga que era só conversa.”   A voz era grave e suave, como um violoncelo — soava incrivelmente atraente.   Ela suspirou e juntou coragem. “Não era conversa. Eu falei sério.”   Então, tocou a bochecha dele com a mãozinha. Era a primeira vez que encostava na parte marcada do rosto; estava fria, e isso a assustou um pouco.   Mas ao pensar que aquele homem viveria ao seu lado a vida toda, o medo passou.   Dante não parecia tão mau quanto os rumores diziam.   Inclinou-se para beijar a bochecha dele, mas ele desviou rápido e disse que queria na boca.   Renee engoliu seco.   Foi então que ele tomou a iniciativa — aproximou-se e pressionou os lábios nos dela.   Percorreu sua boca, mordiscou seus lábios, depois introduziu a língua, entrelaçando-se com a dela.   Era um beijo profundo, que lhe roubava o fôlego.   Renee se perdeu no meio do beijo.   Antes que percebesse, ele reclinou o banco e a puxou com as mãos grandes, fazendo-a sentar no seu colo.   Antes que pudesse reagir, ele capturou seus lábios de novo, beijando-a com uma intensidade que fazia seus lábios doerem.   Sempre imaginara que seu primeiro beijo seria terno e romântico — não assim.   Seus olhos ficaram vermelhos, marejados.   Lágrimas se formaram.   Dante notou a expressão dela e a soltou, relutante.   Vê-la prestes a chorar o angustiou — mas, ao mesmo tempo, ainda queria continuar beijando-a.   Não entendia por que ela chorava, e isso o irritou.   “Desce do carro!” Ordenou, gelado.   Renee já se sentira injustiçada antes — agora, piorou.   Ele que a beijou com tanta agressividade e agia como se ela fosse a culpada?!   Abriu a porta, desceu e a bateu com força, assustando Dante.   Enquanto se afastava furiosa, resmungava:   “Meu Deus, ele não tem um pingo de delicadeza! Não é à toa que nunca arrumou esposa até hoje! Devia ficar solteiro a vida toda…”   Não percebeu que ele também descera do carro e vinha logo atrás.   “Já não arrumei minha esposa?”   Renee levou um susto ao ouvi-lo bem atrás dela.   Ao se virar, esbarrou no peito dele.   Recuou rápido, perdeu o equilíbrio e gritou — mas Dante a segurou antes que caísse.   Ela engoliu seco, olhando para ele.   Dante finalmente entendeu por que ela quase chorara.   Sempre fora bruto e intenso.   Quando provou seus lábios, seus sentidos dispararam — só quis mais, e por isso beijara daquele jeito.   Agora, sentia um arrependimento genuíno.   “Me ensina a ser gentil”, disse baixinho, ajudando-a a levantar.   Dessa vez, foi a vez de Renee se arrepender — não queria que ele tivesse ouvido o que dissera.   Dante sorriu, malicioso:   “Então você disse que eu devia ficar solteiro pra sempre?”   “Eu não quis dizer isso. E nem tinha terminado.”   “O que mais ia dizer?” Ele arqueou a sobrancelha.   “Ia dizer que… você é alto e imponente, parece forte e me faz sentir segura. Tem um corpo poderoso. Tipo um deus grego. E você é incrível…”   Renee tentou elogiá-lo, mas travou — não achava mais adjetivos e começou a balbuciar.   Dante se inclinou para perto.   Ela tentou recuar, mas ele a puxou pela cintura, aproximando-a.   Seus lábios chegaram perto do ouvido dela, o hálito quente provocando arrepios.   A voz saiu divertida:   “Corpo poderoso? Parece que você tá curiosa sobre o meu corpo.”
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