Dante falou com frieza, mas se Renee tivesse olhado com mais atenção, teria visto um sorriso leve e afetuoso em seus lábios. No entanto, ela só ouviu o tom gelado — o que a fez engolir seco. Assombrar o sono dela? Será que ele era capaz mesmo?
Como Dante havia convidado, Renee nem pensou em pagar a conta. Afinal, o homem usava um terno que valia mais de 10 milhões de euros. Ela comeu à vontade, até ficar completamente satisfeita.
Dante se ofereceu para levá-la de volta ao dormitório, mas ela pediu para parar no último semáforo — não queria que os outros alunos vissem a Ferrari.
Só que, antes que ela descesse, ele fez um pedido:
“Me dá um beijo antes de ir.”
Os olhos de Renee arregalaram. “O quê?”
Ela estava no banco do passageiro e via metade do perfil dele. Se as outras garotas não vissem o outro lado, se apaixonariam à primeira vista. Ela mesma engoliu seco — estava atraída pela metade bonita do rosto dele.
Dante observou seu rosto corado e ficou ainda mais satisfeito. Provocou:
“Não disse que ia se acostumar comigo? Isso é só o começo. Não me diga que era só conversa.”
A voz era grave e suave, como um violoncelo — soava incrivelmente atraente.
Ela suspirou e juntou coragem. “Não era conversa. Eu falei sério.”
Então, tocou a bochecha dele com a mãozinha. Era a primeira vez que encostava na parte marcada do rosto; estava fria, e isso a assustou um pouco.
Mas ao pensar que aquele homem viveria ao seu lado a vida toda, o medo passou.
Dante não parecia tão mau quanto os rumores diziam.
Inclinou-se para beijar a bochecha dele, mas ele desviou rápido e disse que queria na boca.
Renee engoliu seco.
Foi então que ele tomou a iniciativa — aproximou-se e pressionou os lábios nos dela.
Percorreu sua boca, mordiscou seus lábios, depois introduziu a língua, entrelaçando-se com a dela.
Era um beijo profundo, que lhe roubava o fôlego.
Renee se perdeu no meio do beijo.
Antes que percebesse, ele reclinou o banco e a puxou com as mãos grandes, fazendo-a sentar no seu colo.
Antes que pudesse reagir, ele capturou seus lábios de novo, beijando-a com uma intensidade que fazia seus lábios doerem.
Sempre imaginara que seu primeiro beijo seria terno e romântico — não assim.
Seus olhos ficaram vermelhos, marejados.
Lágrimas se formaram.
Dante notou a expressão dela e a soltou, relutante.
Vê-la prestes a chorar o angustiou — mas, ao mesmo tempo, ainda queria continuar beijando-a.
Não entendia por que ela chorava, e isso o irritou.
“Desce do carro!” Ordenou, gelado.
Renee já se sentira injustiçada antes — agora, piorou.
Ele que a beijou com tanta agressividade e agia como se ela fosse a culpada?!
Abriu a porta, desceu e a bateu com força, assustando Dante.
Enquanto se afastava furiosa, resmungava:
“Meu Deus, ele não tem um pingo de delicadeza! Não é à toa que nunca arrumou esposa até hoje! Devia ficar solteiro a vida toda…”
Não percebeu que ele também descera do carro e vinha logo atrás.
“Já não arrumei minha esposa?”
Renee levou um susto ao ouvi-lo bem atrás dela.
Ao se virar, esbarrou no peito dele.
Recuou rápido, perdeu o equilíbrio e gritou — mas Dante a segurou antes que caísse.
Ela engoliu seco, olhando para ele.
Dante finalmente entendeu por que ela quase chorara.
Sempre fora bruto e intenso.
Quando provou seus lábios, seus sentidos dispararam — só quis mais, e por isso beijara daquele jeito.
Agora, sentia um arrependimento genuíno.
“Me ensina a ser gentil”, disse baixinho, ajudando-a a levantar.
Dessa vez, foi a vez de Renee se arrepender — não queria que ele tivesse ouvido o que dissera.
Dante sorriu, malicioso:
“Então você disse que eu devia ficar solteiro pra sempre?”
“Eu não quis dizer isso. E nem tinha terminado.”
“O que mais ia dizer?” Ele arqueou a sobrancelha.
“Ia dizer que… você é alto e imponente, parece forte e me faz sentir segura. Tem um corpo poderoso. Tipo um deus grego. E você é incrível…”
Renee tentou elogiá-lo, mas travou — não achava mais adjetivos e começou a balbuciar.
Dante se inclinou para perto.
Ela tentou recuar, mas ele a puxou pela cintura, aproximando-a.
Seus lábios chegaram perto do ouvido dela, o hálito quente provocando arrepios.
A voz saiu divertida:
“Corpo poderoso? Parece que você tá curiosa sobre o meu corpo.”