Capítulo 03 - Prazer, Acho que Nunca te Vi

1931 Words
Adam Campbell - Adam! – Estava conversando com Lucian quando ouvimos a voz do Mike gritar, ele aparece vindo da praia correndo até nós ofegante. - A Julie, ela, ela... Me levanto em um salto sendo seguido por Lucian que deixa a bebida na mesa alarmado. - O que aconteceu, p***a? - Pergunto alto e ele se dobra se apoiando nos joelhos enquanto toma fôlego. - A Julie se afogou e o salva-vidas está com ela na praia. - Saio correndo com Lucian nos meus calcanhares enquanto Mike ainda falava. Nada pode acontecer com a Julie, minha pequena irmãzinha. Corri até a praia vendo um aglomerado de pessoas e me enfio no meio gritando pela minha irmã. Quando chego no meio, vejo minha irmã acordando enquanto o salva-vidas faz massagem pulmonar nela. Eu apenas grito desesperado em busca de informações e o salva-vidas me responde calmo. - Recebemos a notificação de um afogamento, na troca de turno e que havia uma pessoa fazendo o resgate, já fazia alguns minutos que elas estavam lá. - Ele aponta para uma outra pessoa, mas no momento meus olhos estão fixos em minha irmã, verificando se ela estava bem. Ele continha a explicar, mas minha mente bem prestava mais atenção. - Obrigada. - Disse eu ainda com os olhos em minha irmã, quando fui olhar para a pessoa que fez o resgate, eu vi aquele maldito cabelo vermelho. Era aquela ruiva, estava ofegante visivelmente esgotada, jogada de qualquer jeito na areia sendo amparada por uma loira, que reconheci como Agatha Yalle e por uma morena que estava de costas para mim. Eu paralisei por alguns segundos, não podia acreditar que o destino estava fazendo esse joguinho comigo. Comecei a agradecer a ruiva e logo o salva-vidas começou a explicar como ela deveria se cuidar, já que estava tão m*l quanto a minha irmã. Julie se abraçava em mim e eu passava a mais sobre o seu cabelo fazendo carinho. - Adam... - Julie disse e eu fixei meu olhar nela. - Ariel? - Grita a morena amiga da ruiva quando ela desmaia. James pega a ruiva, Ariel, no colo e diz que vai levá-la ao hospital. Aproveito que a multidão está se dispersando e eu pego minha irmã no colo também e sigo com ela até o carro. Lucian pega a chave da minha mão e entra no banco do motorista, eu coloco minha irmã no banco de trás e entro junto a abraçando. - Não me assusta mais, p***a. - Sussurro no seu ouvido e ela sorri fraca. - Pode deixar. - Diz Julie com dificuldade. *** - Adam! - Grita minha mãe correndo pelo corredor do hospital quando me vê. - Onde está Julie? - Ela está bem agora. Uma garota ajudou a resgatar ela e agora ela está bem. Vem! - Levei ela até o quarto de Julie e meu pai nos segue. - Não nos assuste mais, menina. - Reclama meu pai dando um beijo na testa de Julie. - Pode deixar. - Responde Julie sorrindo já recuperada. - Já estou pronta para outra. - Abriu um largo sorriso e minha mãe lhe deu um tapa leve no braço. - Pronta para voltar para o seu castigo. Deixei você sair apenas porque estamos passando essas semanas de férias aqui, mas quando voltarmos para Santana, você volta para o seu castigo, acha que me esqueci de ontem à noite? - Minha mãe dispara a falar. Isso era uma coisa que ela sempre fazia, tagarelava sem parar quando estava nervosa. - Querida? - Chama meu pai a abraçando. - Julie está bem agora, não precisa ficar nervosa. - Minha mãe suspira. Eu disse que nós nunca conseguimos esconder nada um do outro, até porque sabemos todos os tiques uns dos outros. Somos uma família unida, diferente de muitas que eu vejo por aí. - Quem foi a garota que te ajudou? - Pergunta minha mãe fazendo carinho no rosto de Julie. - Foi uma ruiva, ela era linda, mãe. - Julie diz admirada. Eu sei, eu também estou, aquela tal de Ariel é mesmo linda, fiquei encantado desde a noite anterior. - Uma ruiva? - Pergunta minha mãe e olha para mim desconfiada, logo sua expressão muda e percebi que meu rosto falou mais do que eu queria que tivesse falado. - A mesma ruiva, Adam? - Pergunta minha mãe e eu apenas a ignoro olhando para o relógio. - Adam? - É, a mesma ruiva. - Digo cruzando os braços vencido, às vezes eu não gosto tanto de estar em uma família quase telepata. - É o destino. - Minha mãe cantarola e logo explica tudo para meu pai e minha irmã. *** - Adam, a lista dos documentos necessários foram enviadas para o seu e-mail. - Meu pai me diz e segue andando em direção à sua sala. Minha sala fica no mesmo andar que a do meu pai, o que facilita a nossa comunicação, ou seja, ele passa por aqui e joga informações para minha secretaria que tenta entender do que ele está falando e me notifica. Mas hoje Suzy não estava em sua mesa, então meu pai teve que abrir a porta para me avisar. Abro a caixa de e-mail e encontro ali a lista que ele citou. É uma lista com os documentos necessários para a fundação Jones na Inglaterra, uma instituição de apoio à diversas casas de repousos e orfanatos do mundo. Precisaríamos viajar na próxima semana para a Califórnia e depois para Londres, onde fica a sede da Fundação. Enviei os arquivos para a impressão e pedi para minha secretaria retirar quando ela chegasse. Os dias passaram rápido e logo estávamos embarcando para Califórnia. - Eu não preciso repetir, não é mocinha? - Pergunta minha mãe na sua poltrona. - Estamos em um jantar beneficente, que não é para o meu benefício, então devo me comportar. - Julie repete a frase que minha mãe a fez decorar. - Exato e que... - Minha mãe volta a falar, mas logo é interrompida pela aeromoça. - Senhora, você gostaria de mais champanhe? - Pergunta sorrindo a loira, minha mãe n**a com a cabeça e a loira vem até mim. - Adam? - Ela estava com aquele sorriso no rosto que sempre dava para mim e eu logo entendi o que ela queria dizer. - Sim, Katty, pode ir na frente. - Sussurro piscando para ela. Depois de alguns minutos pigarreio tentando disfarçar e sigo até o banheiro, onde aquela loira bonita me esperava. - Estava com saudades, loira. - Sussurro no seu ouvido e ela abre um enorme sorriso trancando a porta do banheiro do nosso jatinho. - Sem bagunçar comigo dessa vez, Adam. - Ela sussurra de volta. - A última vez foi difícil disfarçar. Dou uma risada e ataco aquela boca linda. Ela se agarra à minha nuca e se senta em cima da pequena pia, eu enrolo as pernas dela ao redor da minha cintura e a ajudo a abrir os botões de sua camisa. *** - Quem vai vir, pai? - Pergunto colocando um terno que sempre tinha que usar nesses lugares. Não que eu esteja reclamando, já que fico bonito em qualquer coisa. Hoje teria uma noite de recepção para novos investidores, então as roupas sociais, os ternos e os lindos e longos vestidos eram tirados do armário. - Os Campbell, alguns Falcones, os Nolans e mais alguns que não conheço. - Meu pai responde sorrindo enquanto cumprimenta algumas pessoas que acabaram de chegar no imenso salão. - Gregory Falcone e Bernardo Falcone. É uma honra recebê-los aqui. - Digo sorrindo cortês, já que esses caras eram uns babacas, Gregory era um velho rabugento e Bernardo era um garoto mimado que nunca conseguiu crescer. - Ora, Adam, nós que estamos honrados em sermos recepcionados aqui na Califórnia. - Gregory sorri e cumprimenta o meu pai. - O clima aqui é realmente agradável, eu adoro este lugar. Obrigado pelo convite, Senhor Jones. - Bernardo aperta a minha mão e em seguida a do meu pai. - Idiotas. - Resmungo quando ambos estão longe e meu pai solta uma risada baixa e discreta. - Zane Campbell. - Meu pai sorri e caminha em direção ao famoso patriarca da família Campbell. Eu já o conhecia de vista, mas nunca tive interesse de procurar saber mais sobre sua família, quer dizer, eu conheci a Mônica de uma forma mais intima, se é que me entendem, mas não a conhecia de uma forma mais informativa. - É uma honra te reencontrar. - Ora, William, não precisamos de formalidades entre amigos. - Zane diz sorrindo, mas sinto uma pontada de falsidade ali. Os Campbells eram conhecidos por serem a família mais amigável e amistosa que existia, sempre estiveram no meio da elite e não havia uma família sequer que tivesse qualquer problema com eles, todos os adoravam. Eu não os conhecia por completo, apenas Zane e Mônica, filha de Zane. Nunca tive a oportunidade de conhecer o resto da família. - Olha, se não é o pequeno grande Adam. - Ele sorri e segue em direção a mim com a mão estendida para um aperto, eu sorrio e o cumprimento. - Uma boa noite, Senhor Campbell. - Digo educado. - Como disse ao seu pai, não precisamos de formalidades entre amigos. Eu tenho muito apreço pela sua família e espero que nos tornemos amigos, assim como meu pai foi do seu avô. - Ele continua sorrindo e logo atrás dele surge Mônica, ela era bonita, tinha longos cabelos negros, pele branca, olhos claros e um sorriso amigável. - Deixe-me apresentar minha família. - Zane diz para mim. - Estes são meus filhos, está é minha esposa. - Olá, Adam, faz anos que não te vejo. - Mônica me cumprimenta sorrindo e eu olho para trás ver os outros integrantes da família Campbell. - Prazer, eu sou David. - Um homem que parecia ter a minha idade me cumprimenta. - Prazer, meu nome é Margô. - Diz uma mulher bonita, que aparentava a mesma idade de Zane, sorrindo. Quando olho para a última pessoa, eu paraliso, ela faz o mesmo e fica pálida. A ouço tossir para disfarçar e logo estica a mão com um sorriso simpático. - Prazer, meu nome é Ariel Campbell, acho que nunca te vi. - Diz me olhando nos olhos e logo entendo o que ela quer dizer. - Prazer, meu nome é Adam, Adam Jones. - Sorrio para ela e logo ela se afasta ficando atrás do irmão, David. Ela é realmente linda, estava usando um longo vestido azul escuro que contrastava com seus cabelos vermelhos. Seus olhos eram profundos e me faziam querer olhar para eles a todo o tempo, me segurei para fazer isso. Ela sorria e conversava com seu irmão e logo a família Campbell se afastou de nós. - Para de babar, maninho. - Uma voz sussurra atrás de mim e vejo minha irmã rindo. - Fica quieta. - A repreendo e ela ri mais ainda tentando disfarçar. - Vou cumprimentar minha salvadora. - Disse ela indo em direção à Ariel, mas consigo puxá-la pelo braço antes que ela saia de perto. - Ao que parece ela não quer que saibam que nos conhece. - Digo baixo me certificando que apenas ela estivesse me ouvindo. - Como assim? - Pergunta Julie curiosa. - Não sei, apenas não fale nada desnecessário, converse com ela em um canto. - Disse ainda baixo em seu ouvido. Julie assentiu e saiu de perto de mim andando em direção à garota mais linda da festa.
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